O mês de novembro foi positivo para os mercados globais de renda fixa, e muito positivo para a renda variável doméstica. A paralisação do governo dos EUA teve fim, mas a divergência entre os diretores do FED (Banco Central dos EUA) com relação à decisão de juros trouxe volatilidade aos mercados. Além disso, no Japão os juros dos títulos do governo se elevaram para os maiores patamares desde 2008,pressionando os mercados globais e impactando negativamente as ações. No Brasil, as negociações entre Trump e Lula resultaram em uma remoção das tarifas adicionais de 40% impostas pelos EUA sobre diversos produtos, como carne bovina,café e frutas. Outro tema relevante foi a prisão preventiva de Bolsonaro, que traz mais incertezas e aumenta o debate sobre os futuros candidatos da direta nas eleições de 2026.

‍

Cenário Internacional

EUA

Nos EUA, não houve divulgação da inflação IPC de Outubro; o payroll, divulgado no mês, foi de119.000 contra uma expectativa de 53.000. A ata do FED divulgada no mês,referente à reunião ocorrida em outubro, destacou a divisão entre os diretores sobre a possibilidade de cortes de juros em dezembro — e a falta de alinhamento no comitê foi um causador de volatilidade em novembro. A taxa de juros de 10anos, que representa a expectativa para a trajetória da taxa básica de juros definida pelo FOMC (Comitê do banco central dos Estados Unidos),foi de 4,10% em Outubro para 4,02% em Novembro, e o S&P 500 valorizou0,13%.

Europa

Na Zona do Euro, o cenário permanece estável. O PIB da Zona do Euro fechou o terceiro trimestre com crescimento de 1,4%, contra uma expectativa de 1,3%. No mês, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) anual permaneceu em 2,1%, pouco acima da meta de 2%.

China

Na China, o Banco Central novamente manteve inalterada a taxa básica de juros, em níveis historicamente baixos, conforme o esperado. O IPC acumulado dos últimos 12 meses, referente a Outubro, foi de 0,2%, contra uma expectativa de 0,0%. Além disso, após um encontro entre Trump e Xi Jinping, foram anunciadas medidas de desescalada nas tensões comerciais: a China suspendeu as tarifas adicionais de 25% sobre alguns produtos, além de flexibilizar restrições ao acesso de terras raras, e os EUA reduziram de 20% para 10% as tarifas aplicadas a produtos chineses como parte de um acordo voltado ao combate ao tráfico.

‍

Cenário Nacional

No Brasil, a renda variável apresentou os melhores resultados do ano em novembro, e os índices de renda fixa com duration mais longa apresentaram também bons resultados. O real continuou em patamares mais baixos em relação ao dólar: os juros altos brasileiros, o ciclo de cortes de juros nos EUA, e o dólar mais fraco globalmente determinaram os movimentos cambiais. No mês, Trump anunciou a remoção das tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros selecionados, como carnes, café e frutas. O IBC-Br apresentou queda de 0,20%, e a taxa de desemprego permaneceu em patamares historicamente baixos, apesar de a criação de empregos ter ficado inferior ao esperado.

Além disso, Lula sancionou a reforma do IR, que amplia a isenção para quem ganhar até R$ 5.000 por mês; porém, a reforma também altera regras para quem recebe acima de R$ 600.000 por ano, estabelecendo um imposto de renda mínimo progressivo que chega a 10% sobre rendas superiores a R$ 1,2 milhão, com IR de 10% direto na fonte sobre o recebimento de dividendos acima de R$ 50.000 ao mês por pessoas físicas. As alterações afetam a atratividade de ativos isentos.

No mês, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa Selic em 15%, conforme esperado, sinalizando cautela e reforçando a mensagem de taxas de juros mais elevadas por período bastante prolongado. A ata da reunião reforçou o comunicado, destacando que, como o cenário vem se apresentando conforme o esperado, o comitê possui mais convicção de que a taxa corrente é suficiente para a convergência da inflação à meta. Ao final de Novembro, a mediana das expectativas para o IPCA de 2025 era de 4,43%. Para o IPCA de 2026, era de 4,17%, abaixo do teto da meta estabelecida, de 4,50%. As expectativas para 2025 caíram 0,11% no mês, e para 2026 caíram 0,03%, continuando a trajetória de baixa apresentada nos meses anteriores.

‍

Classes de Ativos

Renda Fixa

Na renda fixa, todos os índices pré-fixados e pós-fixados apresentaram retornos positivos e superiores ao CDI. Os melhores resultados foram dos índices e títulos com maior duration. O CDI rendeu 1,05% e a carteira de renda fixa da FASC rendeu 1,07%, ficando 0,02% acima do benchmark. O fundo do Itaú apresentou retorno de 1,03%, abaixo do CDI em -0,02%, enquanto o do Santander teve retorno de 1,19%, acima em 0,14% do CDI.

Renda Variável

Para a renda variável doméstica, os resultados no mês foram positivos. O Ibovespa apresentou retorno positivo e o IBrX-100 se valorizou em 6,44%. O Ibovespa em novembro renovou máximas históricas e se aproximou da marca de 160.000 pontos. O fundo de renda variável do Santander obteve retorno em linha com o índice, inferior em -0,02%. O resultado acumulado do fundo nos últimos 12 meses é positivo (26,85%), e superior ao IBrX em 0,74%.

Exterior

O Real se valorizou frente ao Dólar em 0,94% no mês. O MSCI World em dólares se valorizou em 0,18%, o que resultou em uma desvalorização em reais de -0,76%. O fundo de investimento no exterior do Itaú se desvalorizou em -0,72% no período, obtendo retorno superior ao MSCI em reais em 0,04%. Nos últimos 12 meses o retorno do fundo é de 3,62%, superior ao benchmark em 1,90%.

‍

Multimercados

A carteira de multimercados apresentou resultado positivo no mês, de 1,23%, superior ao CDI em 0,18%. No mês, todos os fundos ficaram positivos e superaram o CDI, exceto o da Oceana, que obteve retorno de -0,50%. O acumulado nos últimos 12 meses da carteira de multimercados da FASC permanece positivo, superior ao CDI em 0,69%. Comparativamente ao IHFA (Indice de Hedge Funds AMBIMA) que é uma referência para a indústria de Multimercados,  a carteira da FASC fica abaixo deste índice nos últimos 12 meses (14,69% vs 15,12%) e acima do índice em 24 meses (25,85% vs 24,54%).

‍