Após um fim de ano marcado por alta volatilidade, o mês de janeiro foi positivo para os mercados de renda fixa e renda variável locais e internacionais. No Brasil, o Banco Central voltou a realizar um aumento de 100 bps na taxa Selic, conforme a sinalização na reunião anterior, e manteve o guidance de mais uma elevação de 100 bps na próxima reunião. O real foi destaque positivo no mês, com a ausência de mais notícias negativas acerca da política fiscal brasileira e a atuação de Trump, que não implementou em janeiro medidas significativas e concretas relacionadas a tarifas, apesar das ameaças.
Nos EUA, o FOMC manteve inalterada a taxa básica de juros, e retirou do comunicado o trecho que destacava o progresso da inflação em direção à meta de 2%, apesar dos dados de inflação dentro das expectativas — porém o PCE fechou o ano em 2,6%, acima da meta de 2% —, e o payroll, dado de novas contratações, ficou acima do esperado, fechando em 256.000 novas contratações contra uma expectativa de 164.000. O PIB do quarto trimestre ficou abaixo das expectativas, mas positivo, com crescimento de 2,3%. No mês, o FED manteve a taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,5%, e em comunicado Powell destacou que o banco central não tem pressa para reduzir os juros até que os dados de inflação e emprego tornem isso apropriado. A taxa de juros de 10 anos, que representa a expectativa para a trajetória da taxa básica de juros definida pelo FOMC, ficou estável no mês, e o S&P 500 se valorizou em 2,70%.
Na Europa, os números de atividade continuam fracos, e ficaram abaixo do esperado em janeiro. O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros de referência em 25 bps, e Christine Lagarde reforçou a preocupação com a atividade econômica local.
O PIB da China cresceu 5,4% em 2024, acima das expectativas, e atingiu a meta de crescimento estabelecida de 2024, de 5,0%. O Governo chinês está implementando medidas de estímulo fiscais e monetárias desde setembro de 2024, e pretendem continuar em 2025.
No Brasil, as classes de renda variável e de renda fixa apresentaram resultados positivos no mês. Os níveis de atividade econômica continuam positivos: o IBC-Br ficou positivo e acima das expectativas. Porém, o mercado de trabalho, apesar de ainda aquecido, apresentou uma queda no saldo líquido de empregos maior que a esperada e aumento no desemprego.
Em janeiro, o Copom elevou a taxa Selic em 100 bps, conforme a sinalização da última reunião. Além disso, o Copom manteve a sinalização de que fará um aumento da mesma magnitude na próxima reunião, em março. A projeção para a inflação do Copom para o horizonte relevante da política monetária (3º trimestre de 2026) continua acima da meta, em 4,0%.
Na renda fixa, a maioria dos índices e títulos públicos pré-fixados e pós-fixados apresentaram retorno positivo. Na curva dos pré-fixados, os melhores resultados foram dos títulos com maior duration, e dentre os pós-fixados os destaques positivos foram os com menor duration.
O CDI rendeu 1,01% e a carteira de renda fixa da FASC rendeu 0,98%, ficando 0,03% abaixo do benchmark. O fundo do Itaú apresentou retorno de 0,97%, abaixo do CDI em 0,04%, enquanto o do Santander teve retorno de 1,04%, acima em 0,03% do CDI.
Para a renda variável doméstica e internacional, os resultados no mês foram positivos. O Ibovespa apresentou retorno positivo e o IBrX-100 se valorizou em 4,92%. O índice Preço/Lucro do Ibovespa ao final do mês fechou em 8,03x, maior do que os 7,90x apresentados no final do mês passado. No exterior, o S&P 500 subiu 2,70%.
O fundo de renda variável do Santander obteve retorno em linha com o índice, superior em 0,05%. O resultado acumulado do fundo nos últimos 12 meses é de -0,58% vs IBrX de -0,80%.
O Real se valorizou frente ao Dólar em 5,85% no mês, voltando aos patamares de novembro de 2024. A ausência de mais notícias negativas acerca da política fiscal brasileira e a atuação de Trump, que não implementou em janeiro medidas significativas e concretas relacionadas a tarifas, foram positivas para a moeda. O MSCI World em dólares se valorizou em 3,47%, o que resultou em uma desvalorização em reais de - 2,58%.
O fundo de investimento no exterior do Itaú se desvalorizou em -1,93% no período, obtendo retorno superior ao MSCI em reais em 0,65%. Nos últimos 12 meses o retorno do fundo é de 43,99%, superior ao benchmark em 3,11%.
A carteira de multimercados apresentou resultado positivo no mês, de 0,73%, abaixo do CDI em -0,28%. No mês, apenas um dos fundos, da Genoa, não obteve resultado positivo. Dois dos fundos superaram o benchmark no mês, os da Ace e Oceana, com excessos de retorno de 0,25% e 1,24% respectivamente. O acumulado nos últimos 12 meses da carteira de multimercados da FASC permanece positivo, mas inferior ao CDI em -1,41%.
mês
ano
Últ. 12 meses
Últ. 24 meses
Últ. 36 meses
Últ. 48 meses
Últ. 60 meses
Rendimento
1,05%
1,05%
10,98%
25,23%
41,40%
48,21%
51,19%
Benchmark
1,01%
1,01%
10,93%
25,20%
41,26%
48,36%
52,11%
Rendimento
0,86%
0,86%
11,05%
25,06%
39,78%
45,51%
50,79%
Benchmark
0,90%
0,90%
11,81%
26,30%
41,15%
47,76%
52,68%
Rendimento
0,86%
0,86%
11,58%
25,25%
37,57%
42,07%
48,04%
Benchmark
0,86%
0,86%
12,17%
26,78%
38,97%
45,07%
51,12%
Rendimento
1,47%
1,47%
10,74%
23,98%
33,56%
36,43%
42,44%
Benchmark
1,48%
1,48%
11,40%
25,91%
35,79%
41,02%
47,41%
mês
ano
Últ. 12 meses
Últ. 24 meses
Últ. 36 meses
Últ. 48 meses
Últ. 60 meses
1,01%
1,01%
10,93%
25,20%
41,26%
48,36%
52,11%
0,67%
0,67%
7,15%
15,62%
24,94%
29,26%
31,84%
0,16%
0,16%
4,56%
9,27%
15,58%
27,58%
33,39%
1,01%
1,01%
10,93%
25,20%
41,26%
48,36%
52,11%
4,86%
4,86%
-1,27%
11,20%
12,48%
9,62%
10,88%
4,92%
4,92%
-0,80%
10,98%
11,82%
9,45%
11,25%
-2,58%
-2,58%
40,88%
57,50%
36,48%
53,46%
123,66%
CDI: Certificado de Depósito Interbancário. Operação de curtíssimo prazo para captação ou aplicação de recursos excedentes entre os bancos, cuja taxa de negociação é muito próxima à Selic.
IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. É medido mensalmente pelo IBGE para identificar a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população.
IMA-B 5: o IMA-B 5 é o índice de mercado Anbima que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-BS) com vencimento de até cinco anos.
Selic: a Taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira. É determinada pelo Banco Central do Brasil e baliza a política monetária do país.
IBOVESPA: o Ibovespa mede o desempenho médio das cotações das ações de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.
IBRX: o Índice Brasil mede o retorno de uma carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas na Bolsa de Valores.
MSCI WOLRD (PTAX): o MSCI World mede o desempenho médio de mais de 1.500 ações negociadas em diversos países. É mensurado em Dólar e convertido em Reais pela PTAX de venda, taxa de câmbio reportada pelo Banco Central do Brasil.