Abril foi um mês positivo para os mercados locais de renda fixa e variável, e negativo para os EUA. No começo do mês, Trump anunciou um aumento expressivo nas tarifas de importação para a maioria dos países, porém posteriormente suspendeu a elevação e iniciou diversas negociações de acordos comerciais, o que trouxe volatilidade aos mercados. Enquanto houve queda expressiva dos índices de bolsa norte-americanos no começo de Abril, as perdas foram recuperadas até o final do mês, principalmente após o anúncio de que iria conduzir negociações comerciais com a China.
Nos EUA, a inflação IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de março ficou abaixo das expectativas, em -0,10% contra uma expectativa de 0,10%; e o payroll, dado de novas contratações, ficou acima do esperado, fechando em 228.000 novas contratações contra uma expectativa de 137.000. O PIB do primeiro trimestre ficou abaixo das expectativas, com queda de -0,30%. Em entrevista, Jerome Powell afirmou que a autoridade monetária precisa assegurar que o aumento de tarifas não tenha efeito persistente sobre a inflação, e que é necessário ter maior clareza sobre o cenário econômico antes de ajustes nas taxas de juros.
Além disso, o FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou uma probabilidade de recessão nos EUA próxima de 40%— em outubro de 2024 era de 25% —, e reduziu as projeções para o crescimento do PIB. A taxa de juros de 10 anos, que representa a expectativa para a trajetória da taxa básica de juros definida pelo FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), foi de 4,25% em março para 4,18% em abril, e o S&P 500 se desvalorizou em -0,76%. Ressalta-se que essas variações parecem até modestas, mas houve muita volatilidade durante o período.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa básica de juros em 0,25%, para 2,25%. O BCE também destacou que o processo de desinflação segue bem encaminhado, projetando que a inflação convergirá para a meta ao longo do ano, e destacou o aumento das incertezas econômicas devido ao embate tarifário com os EUA. No mês, a maioria dos índices de inflação ficaram dentro das expectativas e o PIB divulgado da Zona do Euro, referente ao 1º trimestre de 2025, ficou em 0,4% contra
uma expectativa de 0,2%.
Na China, o crescimento do PIB do primeiro trimestre ficou acima das projeções, porém o PMI Industrial apresentou queda e ficou abaixo de 50 pontos— indicando retração. A inflação continua indicando uma tendência deflacionária. O banco central chinês manteve inalterada a taxa básica de juros.
No Brasil, as classes de renda variável e de renda fixa apresentaram resultados positivos no mês. O IBC-Br de fevereiro, divulgado em abril, apresentou alta de 0,4%, superior à expectativa de 0,20%. A taxa de desemprego aumentou, mas continua em patamar historicamente baixo. O emprego formal registrou criação líquida de 71.000 vagas, abaixo da expectativa de 201.000. Em geral, os dados reforçam a expectativa de desaceleração da atividade, movimento esperado após o ciclo de alta da Selic.
O IPCA de março divulgado em abril foi de 0,56%. Todos os grupos apresentaram variação positiva, e as maiores contribuições positivas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) vieram dos grupos “Alimentação e Bebidas” e “Transportes”. Esses grupos apresentaram inflação de 1,17% e 0,46%, respectivamente, e contribuíram com 0,25% e 0,10% para a inflação total de 0,56%. O IPCA acumulado em 12 meses passou de 5,06% para 5,48%, acima do teto da meta de 4,5%. A qualidade do índice piorou na margem.
Na renda fixa, a maioria dos índices e títulos públicos pré-fixados e pós-fixados apresentaram retorno positivo, superiores ao CDI. Os melhores resultados do mês foram dos índices prefixados com maior duration. O CDI rendeu 1,06% e a carteira de renda fixa da FASC rendeu 1,21%, ficando 0,16% acima do benchmark. O fundo do Itaú apresentou retorno de 1,29%, acima do CDI em 0,23%, enquanto o do Santander teve retorno de 1,07%, acima em 0,01% do CDI.
Para a renda variável doméstica, os resultados no mês foram positivos. O Ibovespa apresentou retorno positivo e o IBrX-100 se valorizou em 3,33%. No exterior, o S&P 500 caiu 0,76%. O mês foi volátil para o mercado norte-americano por conta dos anúncios e pausas das tarifas de Donald Trump, o que ocasionou um movimento de saída de recursos dos EUA. O fundo de renda variável do Santander obteve retorno em linha com o índice, superior em 0,02%. O resultado acumulado do fundo nos últimos 12 meses é positivo (7,49%), e superior ao IBrX em 0,62%.
O Real se valorizou frente ao Dólar em 1,42% no mês. O MSCI World em dólares se valorizou em 0,74%, o que resultou em uma desvalorização em reais de 0,69%. O fundo de investimento no exterior do Itaú se valorizou em 0,11% no período, obtendo retorno superior ao MSCI em reais em 0,80%. Nos últimos 12 meses o retorno do fundo é de 20,73%, inferior ao benchmark em -0,33%.
A carteira de multimercados apresentou resultado positivo no mês, de 2,86%, acima do CDI em 1,80%. No mês, todos os fundos superaram o CDI com prêmio superior a 1,00%, exceto o da Gávea, que obteve um retorno de 0,58%, abaixo do CDI em -0,48%. O acumulado nos últimos 12 meses da carteira de multimercados da FASC permanece positivo, e se tornou superior ao CDI em 0,98%. No mês, os fundos Itaú Hunter e Itaú Janeiro foram adicionados à carteira.
Cabe salientar que comparativamente ao IHFA (Indice de Hedge Funds AMBIMA) que é uma referência para a indústria de Multimercados, a carteira da FASC supera este índice nos últimos 12 meses (12,44% vs 11,93%) como também em 24 meses (19,42% vs 19,39%).
mês
ano
Últ. 12 meses
Últ. 24 meses
Últ. 36 meses
Últ. 48 meses
Últ. 60 meses
Rendimento
1,05%
4,10%
11,49%
25,21%
42,10%
52,17%
54,51%
Benchmark
1,06%
4,08%
11,46%
25,19%
41,94%
52,04%
55,30%
Rendimento
1,28%
3,53%
11,47%
24,87%
40,18%
48,40%
54,58%
Benchmark
1,02%
3,63%
11,81%
25,89%
42,34%
50,38%
56,59%
Rendimento
1,45%
2,92%
11,47%
25,56%
38,71%
43,08%
57,54%
Benchmark
1,06%
3,08%
11,63%
26,89%
41,43%
45,47%
60,97%
Rendimento
1,84%
4,21%
11,84%
27,05%
37,25%
37,95%
59,63%
Benchmark
1,43%
4,30%
11,88%
28,76%
40,29%
41,31%
65,35%
mês
ano
Últ. 12 meses
Últ. 24 meses
Últ. 36 meses
Últ. 48 meses
Últ. 60 meses
1,06%
4,08%
11,46%
25,19%
41,94%
52,04%
55,30%
1,06%
4,08%
11,46%
25,19%
41,94%
52,04%
55,30%
0,67%
2,61%
7,46%
15,62%
25,32%
31,29%
33,38%
0,43%
2,48%
5,53%
9,42%
14,00%
27,83%
36,47%
3,69%
12,29%
7,26%
29,34%
25,21%
13,60%
67,77%
3,33%
11,78%
6,88%
29,49%
23,28%
10,76%
67,52%
-0,69%
-9,87%
21,05%
45,92%
50,48%
30,31%
85,74%
Selic: a Taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira. É determinada pelo Banco Central do Brasil e baliza a política monetária do país.
CDI: Certificado de Depósito Interbancário. Operação de curtíssimo prazo para captação ou aplicação de recursos excedentes entre os bancos, cuja taxa de negociação é muito próxima à Selic.
IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. É medido mensalmente pelo IBGE para identificar a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população.
IBOVESPA: o Ibovespa mede o desempenho médio das cotações das ações de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.
IBRX: o Índice Brasil mede o retorno de uma carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas na Bolsa de Valores.
MSCI WOLRD (PTAX): o MSCI World mede o desempenho médio de mais de 1.500 ações negociadas em diversos países. É mensurado em Dólar e convertido em Reais pela PTAX de venda, taxa de câmbio reportada pelo Banco Central do Brasil.