O mês foi marcado por incertezas geopolíticas e econômicas globais. O conflito entre Israel e Irã trouxe volatilidade para os mercados de capitais em meados de junho, e afetou significativamente os preços do barril de petróleo; após a desescalada do conflito, os preços se recuperaram.
A trégua do embate comercial entre Estados Unidos e China foi positiva para os mercados: os índices de ações globais e os títulos de dívida americanos apresentaram retornos positivos no mês. No Brasil, o evento mais relevante foi a suspensão do decreto presidencial que aumentava o IOF: após veto do Congresso, o executivo levou a questão ao STF, que derrubou o decreto presidencial e a decisão do Congresso; com isso, vigoram agora as alíquotas anteriores à mudança.
Nos EUA, a inflação IPC (Indice de Preços ao Consumidor) de maio ficou abaixo das expectativas, em 0,10% contra uma expectativa de 0,20% , o PIB do primeiro trimestre apresentou retração, e ficou abaixo das expectativas, com queda de -0,50% — o esperado era -0,20%.
No mês, em decisão unânime, o FED (Banco Central dos EUA) manteve inalterada a taxa básica de juros da economia, no intervalo de 4,25% a 4,50%. Em comunicado, o Presidente do FED afirmou que não há pressa para cortar a taxa de juros, e que o impacto econômico das tarifas comerciais e o aumento da volatilidade por conta das políticas de Trump exigem vigilância da autoridade monetária. O FED revisou sua projeção para o PIB de 2025 de 1,7% para 1,4%, e aumentou a projeção para a inflação de 2,7% para 3,0%. A taxa de juros de 10 anos, que representa a expectativa para a trajetória da taxa básica de juros definida pelo FOMC, foi de 4,42% em Maio para 4,23% em Junho, e o S&P 500 se valorizou em 4,96%.
Na Europa, o cenário continua estável, com atividade fraca, e a inflação ao consumidor da Zona do Euro permaneceu dentro da meta de 2%. O Banco Central Europeu voltou a cortar os juros, e comunicou que o ciclo de cortes está perto do fim. A autoridade monetária também destacou que a incerteza global, principalmente relacionada às tarifas dos EUA, deve afetar a economia da região.
Na China, o governo passou a adotar uma postura cautelosa quanto a novos estímulos, optando por aguardar sinais claros de enfraquecimento econômico antes de anunciar novos pacotes. A trégua no conflito comercial com os EUA alivia a pressão por novos estímulos, e apesar da queda nas exportações para os Estados Unidos, o país está conseguindo redirecionar as vendas para outras regiões.
No Brasil, as classes de renda variável e de renda fixa apresentaram resultados positivos no mês. A taxa de desemprego caiu, e o emprego formal registrou criação líquida de 148.990 vagas, isso indica um mercado de trabalho ainda aquecido.
O congresso suspendeu o decreto presidencial de elevação do IOF. Logo após, o governo levou a questão ao STF, que derrubou tanto o decreto presidencial quanto o veto do congresso, e marcou uma audiência de conciliação. As alíquotas atuais são as que já estavam em vigor antes das mudanças.
Além disso, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 0,25%, para 15,00%, conforme o esperado, e sinalizou uma interrupção no ciclo de alta de juros. O comunicado e a ATA voltaram a destacar que a atividade ainda está em um patamar aquecido, e a inflação, acima da meta — apesar de sinais de melhora. Com isso, segundo a autoridade monetária, a taxa Selic precisa ser mantida no patamar atual por um período mais prolongado, para assegurar a convergência da inflação à meta.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de Maio divulgado em Junho foi de 0,26% e o IPCA acumulado em 12 meses passou de 5,53% para 5,32%, acima do teto da meta de 4,5%.
A qualidade do índice melhorou na margem. O índice de difusão, que indica quão difundida está a inflação entre todos os itens da cesta, foi de 66,84% em abril para 59,68% em Maio. O núcleo de inflação EX1 do BC, que exclui os itens mais voláteis, como combustíveis e alimentos, foi de 0,47% em abril para 0,42% em Maio.
Ao final de Junho, a mediana das expectativas para o IPCA de 2025 era de 5,19% e para o IPCA de 2026 era de 4,50%, em linha com o teto da meta estabelecida, de 4,50%. As expectativas para 2025 caíram 0,26% no mês, e as expectativas para 2026 ficaram estáveis.
Na renda fixa, todos os índices e títulos públicos pré-fixados e pós-fixados apresentaram retorno positivo. Os melhores resultados do mês foram dos índices com maior duration, que apresentaram retornos expressivos superiores ao CDI.
O CDI rendeu 1,10% e a carteira de renda fixa da FASC rendeu 1,19%, ficando 0,09% acima do benchmark. O fundo do Itaú apresentou retorno de 1,22%, acima do CDI em 0,12%, enquanto o do Santander teve retorno de 1,19%, acima em 0,09% do CDI.
Para a renda variável doméstica, os resultados no mês foram positivos. O Ibovespa apresentou retorno positivo e o IBrX-100 se valorizou em 1,37. No exterior, o S&P 500 subiu 4,96%, continuando a se recuperar após quedas consideráveis em março e abril, e atingindo suas cotações máximas históricas.
O fundo de renda variável do Santander obteve retorno em linha com o índice, superior em 0,09%. O resultado acumulado do fundo nos últimos 12 meses é positivo (12,75%), e superior ao IBrX em 0,64%.
O Real se valorizou frente ao Dólar em 4,41% no mês. O MSCI World em dólares se valorizou em 4,32%, o que resultou em uma desvalorização em reais de -0,38%. A desescalada do conflito comercial dos EUA com a China, novamente, afetou positivamente os resultados do mês.
O fundo de investimento no exterior do Itaú se desvalorizou em -0,74% no período, obtendo retorno inferior ao MSCI em reais em -0,36%. Nos últimos 12 meses o retorno do fundo é de 12,16%, inferior ao benchmark em -0,40%.
A carteira de multimercados apresentou resultado positivo no mês, de 2,03%, acima do CDI em 0,93%. No mês, todos os fundos ficaram positivos e superaram o benchmark, sendo que apenas dois deles, o da Ace Capital e o Itaú Hunter, obtiveram excesso de retorno inferior a 1,00%. O acumulado nos últimos 12 meses da carteira de multimercados da FASC permanece positivo, superior ao CDI em 2,75%. O fundo Capstone Macro entrou na carteira em junho.
Comparativamente ao IHFA (Indice de Hedge Funds AMBIMA) que é uma referência para a indústria de Multimercados, a carteira da FASC supera este índice nos últimos 12 meses (14,90% vs 14,41%) como também em 24 meses (21,38% vs 19,48%).
mês
ano
Últ. 12 meses
Últ. 24 meses
Últ. 36 meses
Últ. 48 meses
Últ. 60 meses
Rendimento
1,10%
6,44%
12,16%
25,24%
42,32%
54,73%
57,35%
Benchmark
1,10%
6,42%
12,14%
25,24%
42,22%
54,56%
58,08%
Rendimento
1,17%
6,18%
12,10%
24,92%
41,14%
51,11%
56,21%
Benchmark
1,05%
6,09%
12,21%
26,09%
43,02%
52,95%
58,11%
Rendimento
1,11%
5,97%
12,14%
25,39%
41,63%
45,91%
56,01%
Benchmark
0,97%
5,86%
12,00%
26,65%
43,86%
48,02%
59,19%
Rendimento
1,14%
7,38%
12,82%
25,53%
42,80%
39,62%
54,44%
Benchmark
1,02%
7,27%
12,63%
27,07%
45,51%
42,91%
59,94%
mês
ano
Últ. 12 meses
Últ. 24 meses
Últ. 36 meses
Últ. 48 meses
Últ. 60 meses
1,10%
6,42%
12,14%
25,24%
42,22%
54,56%
58,08%
1,10%
6,42%
12,14%
25,24%
42,20%
54,56%
58,08%
0,67%
3,99%
7,64%
15,57%
25,34%
32,59%
34,66%
0,24%
2,99%
5,35%
9,80%
13,28%
26,74%
37,32%
1,33%
15,44%
12,06%
17,59%
40,91%
9,51%
46,08%
1,37%
15,23%
12,11%
18,37%
39,21%
7,13%
46,05%
-0,38%
-4,30%
12,56%
53,68%
64,75%
45,58%
82,24%
Selic: a Taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira. É determinada pelo Banco Central do Brasil e baliza a política monetária do país.
CDI: Certificado de Depósito Interbancário. Operação de curtíssimo prazo para captação ou aplicação de recursos excedentes entre os bancos, cuja taxa de negociação é muito próxima à Selic.
IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. É medido mensalmente pelo IBGE para identificar a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população.
IBOVESPA: o Ibovespa mede o desempenho médio das cotações das ações de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.
IBRX: o Índice Brasil mede o retorno de uma carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas na Bolsa de Valores.
MSCI WOLRD (PTAX): o MSCI World mede o desempenho médio de mais de 1.500 ações negociadas em diversos países. É mensurado em Dólar e convertido em Reais pela PTAX de venda, taxa de câmbio reportada pelo Banco Central do Brasil.